“Transição Energética e Sustentabilidade: desafios e verdades (in)convenientes” foi o tema central da 11ª Convenção da Rede RSO PT.
Realizou-se no dia 28 de Novembro de 2019, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte – Câmara Municipal de Loures , a 11ª Convenção da Rede RSO PT – Rede Portuguesa de Responsabilidade Social das Organizações, ocasião em que também comemorou o seu 11º aniversário , centrando a reflexão e o debate em dois dos mais importantes temas da sustentabilidade, as alterações climáticas e oceanos e a transição energética.
Estes temas marcam indelevelmente a dinâmica das economias e das sociedades, assim como a geoeconomia e geopolítica internacionais nas próximas décadas. Aliás, a sua importância está bem refletida nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Organização (ODS) da ONU, que traduzem um compromisso de responsabilidade social à escala global.
Na verdade, as mudanças climáticas, são já bem evidentes na subida do nível do mar, na temperatura dos oceanos e na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera que estão a atingir todos níveis recordes, assim como nas situações meteorológicas extremas. Os oceanos têm um grande impacto nas alterações climáticas, enquanto principal fonte de absorção do CO2, retendo 50 vezes mais dióxido de carbono do que a atmosfera, tendo, por isso, um papel crucial na descarbonização e combate às alterações climáticas.
De igual modo se relevam imperativo da transição energética, tanto mais que se prevê um forte incremento na procura de energia à escala global, reflexo da disparidade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.As previsões apontam para que em 2040, a procura mundial de eletricidade possa aumentar em quase 80%. Por isso, assegurar a energia estável, acessível e sustentável a todas as famílias e empresas, não só constitui um desafio estratégico incontornável mas também obriga a investir num novo mix energético, porventura de produção mais descentralizada de energia, e assente em novas fontes e formas de energia mais sustentáveis.
Portugal tem vindo a assumir um papel ativo nesta matéria, tanto a nível políticoe institucional como a nível empresarial e social. Exemplo disso, éa assinaturado “compromisso para a ação climáticacom base no oceano”,efetuadapor ocasião da Cimeira do Clima da ONU. O mesmo se pode dizer de outras iniciativas político-institucionais, nomeadamente o“Plano Nacional Integrado para a Energia e o Clima (PNEC 2030)” e o roteiro paraa neutralidade carbónica (RNC2030). No mesmo sentido, as empresas e outras organizações, estão progressivamente a incorporar boas práticas em matéria de desempenho ambiental e clima nas suas cadeias de valor, assumindo-as como uma dimensão ativa das suas estratégias.
Estas, são razões mais do que suficientes, para que a Rede RSO PT – Rede Portuguesa de Responsabilidade Social das Organizações, dedique a 11ª Convenção Anual ao debate deste tema, dando o seu contributo para se agir de forma inteligente e com a urgência que se impõe,para trilhar um caminho de sustentabilidade.É um caminho que faz apelo ao conhecimento e à reflexão, e que tem em linha de conta o importante papel do desenvolvimento científico e tecnológico inerente à indústria 4.0, para encontrar as melhores soluções. E, para isso, importa desenvolver espaços de cooperação estratégica entre a comunidade empresarial, os centros de saber (universidades, C&T, …), os governos e as suas instituições e a comunidade.
É certo que sobre o tema que a Rede RSO PT debateu na 11ª Convenção Anual, no âmbito da sua missão e sistema de valores, existem muitas (in)verdades (in)convenientes. O propósito foi também o de clarificar e contribuir para alargar a base de conhecimento fundamentado, fomentando uma cultura de sustentabilidade, cuja importância e urgência na ação a todos diz respeito.